Esta escultura do Soares dos Reis foi a prova final na sua estadia como pensionista em Roma, transcorria o ano de 1872.
Está elaborada em mármore branco de Carrara.
Este trabalho viria a ser considerado o mais notável da escultura portuguesa de todo o século XIX, aliando a mestria técnica clássica a uma temática intimista simbólica: um homem nu, sentado sobre um rochedo alisado pela sacudida das ondas, com as costas arqueadas e a cabeça pendente, numa atitude de recolhimento.
Destaca o esmero com o qual o artista trata a anatomia em pormenores naturalistas: as linhas sinuosas do tronco e dos membros flectidos, o olhar distante, e a presença do mar. Um tudo que nos conduz a uma leitura romântica inspirada no poema “Tristezas do desterro”, de Alexandre Herculano.
Esta, e as obras posteriores deram-lhe uma posição destacada na introdução do naturalismo em Portugal.
Para Teixeira de Pascoais esta obra era a expressão máxima da saudade, por ser esta uma das características essenciais do povo português.
Foi apresentada no Porto na 14.ª exposição trienal da Academia Portuense de Belas-Artes.
Em 1881 concederam-lhe a medalha de ouro na Exposição Internacional de Madrid.
Esta obra é, provavelmente, a mais conhecida do Soares dos Reis, mas também uma das que lhe causou mais dissabores quando, em 1881, foi acusado de plágio. Conseguiu provar a sua inocência mas nunca conseguiu esquecer a traição dos seus acusadores.
António Soares dos Reis (1847-1889)
Mármore de Carrara
Roma (1872)
Dimensões:
178 x 68 x 73 cm
Museu Nacional de Soares dos Reis
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